Sou a face explícita

10 maio 2012

Racional

Atuação


São pedaços de nós mesmos
Que invadem os corpos despovoados
Penetrando, invadindo toda inocência e delicadeza
Eximindo-as para então
Brindar a inexorável arrogância
De pretendermos o que não podemos
Somente para ampliar o espaço
Que nos prendem ao vazio
De nos prestarmos tão pouco
A tanto que temos.

Eliane Menezes

Lembrança Que Ficou

Não lamento o desencontro
Tento construir lembranças
Do encontro de outrora
Não desconsidero a presença
Tento presumí-la em relação ao instante
Não desafio o tempo
Tento aliá-lo as circunstâncias.
Não posso desprezar o homem,
Pois amo sua essência.
Não esquecerei você
Sua existência ocupou o livre espaço
Onde ainda posso sentir sua essência.

Eliane Menezes

Rendição

Quanto te vejo
Me estremeço de cruéis receios
Cedo ao raio que se lança
Na fúria da procura
Então começa uma perpétua luta
Com a loucura da fome insaciável.
Me deixo fugir além dos enganos
Para abrasar-me por inteira
Em seu febril delírio.

Eliane Menezes

Fantasia

Infiltramos o sonho em nossos desejos
E enebriados ficamos no transcorrer do tempo
Que se prende as asas da preguiça.
Estamos diante de nós mesmos em julgamentos
Buscando respostas ao enigma em âmbito ideológico.
Os fantasmas sobrevoam nossa solidão
E nos fazem assistir e sentir seu espetáculo.
Mas, instalei-me dentro deste espetáculo
Onde o show é minha entrega
As delícias de seu existir.
Agora estou no que você se fez perder em mim
Nas buscas de instantes
Como trajetórias únicas
Que não se findam após o gozo,
Porque desdobra-se para nós
A oportunidade dentro da mesma intenção
Daquilo que se conduziu.
Nos livramos dos fantasmas
E agora somos nosso próprio espetáculo
Com refletidas imagens cansadas da satisfação
Repousando no corpo,
Do corpo matutino.

Eliane Menezes

Olhos em silêncio

Os olhos convergem para todas as coisas.
As criaturas submetem-se à análise do que se propõe
E o tempo se propaga o silêncio da fuga.
Os homens depositam  líquido na fertilidade do solo
Gerando esperanças
Pois estas esperanças por serem malogradas
Retomam sua posição no seio do vácuo
Beijando a face de bronze
De uma estátua que chora.

Eliane Menezes
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