TERNURA

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar estático da aurora.
-Vinícius de Moraes-

Música da alma

Minha preferida. Ao ouví-la, livro-me das vestes do cansaço e da impureza da arrogância, então em mim flui a ternura, a leveza de sentir que é possível sim buscar nossa paz, nossa serenidade, nossa afirmação diante desse imenso universo.

A impunidade, o descaso e a farra dos poderes assassinaram o Brasil

Presidente

Tenho uma insígnia chamada moral, me foi concedida por ter formação de caráter, pelos valores morais que obtive no aprendizado dessa vida. Peço desculpas por essa linguagem difícil, moral, caráter, valores, sei que para o senhor é ininteligível.
É um dia de luto senhor, o Brasil morreu, mesmo ciente que ele já estava seriamente afetado, a convicção de que ele um dia iria melhorar existia em mim.
Fatal, não houve tempo para socorrê-lo.
Foram 8 anos de sofrimento para ele, antes era o desejo latente de igualdade social para todos, excelência para com o seu povo, mas aos poucos tudo isso foi esmagado pela falta de competência dos que deveriam zelar por sua existência, chamados órgãos governamentais, em toda sua hierarquia.
Foi um processo degenerativo, em cada situação de corrupção,de juros sempre tão altos, do abuso de poder, da falta de amparo aos que sempre necessitaram dos órgãos públicos, de entregarem bens muito preciosos aos estrangeiros causando danos irreversíveis ao coração do Brasil; sua Amazônia, a angústia de sua gente que se tornou prisioneira dos marginais, os trágicos acidentes aéreos, quanta dor, como os filhos dessa terra choraram enquanto os altos funcionários de seu gabinete deslavadamente zombaram da situação.
Brasília era um sonho que vinha desde o século XIX, uma imponência para o solo da Pátria mãe, objetivando desenvolver o interior do país, etc. Nos últimos 8 anos promiscuamente seus governantes se revelaram, tanta iniqüidade, quanta mordomia, quanto dinheiro e homens compactuando com a perfídia.
O Supremo Tribunal Federal arbitrariamente calou quem provava e está inocentando os culpados.
Ah terra adorada, Pátria amada, deste solo os filhos arrancados dos seios de suas famílias pela violência dos assassinos, dos traficantes, dos inconseqüentes nos trânsitos. Quantos jovens brilhantes, inocentes.
Três poderes e nenhuma ação, nenhuma atitude que pudesse lhes conceder um mínimo de credibilidade, de confiabiliadade.
Tudo foi fatal, a idolatrada Pátria não resistiu.
Apagou o sol da liberdade, do sonho intenso.
Morre o Brasil.
Estou de luto.

Eliane Menezes.

Arnaldo Jabor

Ele disse tudo.