Sou a face explícita

29 dezembro 2011

Coisinhas do chão



Fui criada no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão ... "antes que das coisas celestiais. Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas".
"Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis".
Passei os dias ali, quieta, no meio das coisas miúdas, e me encantei. No fim da tarde, minha mãe aparecia nos fundos do quintal: filha o dia já envelheceu, entre "pra dentro”.  Eu via a natureza como quem a veste mais próxima agora do que quando eu era jovem. Essa idade pode ser o meu tempo de ventura, o animal está morto, ou quase morto, restam o homem e a alma. Suspeitei uma vez que a única coisa sem mistério é a felicidade, porque se justifica por si só. Já não vejo a felicidade como algo inatingível; agora sei que a felicidade pode ocorrer em qualquer momento e que não se precisa perseguir.
E agora o que fazer com essa manhã desabrochada a pássaros?

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