Refleti muito quando ouvi estas palavras. Não, indubitavelmente sentimento pleno não é o chão que pisamos, não é a grama macia para deitar nossos corpos, não é roupa que despimos no momento que desejamos. Não é conveniência porque se tem dinheiro e acredita que pode ter controle sobre tudo. Não é porque tem opções sexuais demais e tudo se banaliza, faltando em alguns casos quase ter senha para um encontro. Como conceber algum tipo de sentimento?
Desde os primórdios dos tempos o ser humano destrói, viola, transgride, dilacera corpos e emoções, tanta perversidade, quanta atrocidade e sadismo. Exemplos clássicos, no século I a forma brutal de condenação, a crucificaçao.
A Guerra Santa (ou maldita?) Inquisição e os abomináveis métodos e aparelhos de torturas medievais (garfo dos hereges, triturador de cabeças, berço de judas, a serra (horror) e tantos outros), a caça as bruxas, queimando seres humanos vivos; Guerra Mundial e outras tantas; os imperadores Nero e Calígula; Ivã o Terrível; Tamerlão; o Holocausto; o período da escravidão, hoje a violência por falta de respeito a vida, assassinos frios e sociopatas tão comuns em nossa sociedade.
Sentimento
No "oba oba" da sociedade o sexo banalizou, infindáveis listas de nomes em agendas. Esnobação, indiferença, "vamu que vamu" muitas falsas alegrias e pouco contentamento.
É continuidade dos tempos, destruir, machucar, ferir, agredir, seja físico ou emocional.
Tão precioso o encanto, a pureza, o amor, quase uma lenda.
Chego a ironia de imaginar pessoas dizendo: corram, salve-se quem puder, o amor está chegando. Muitos têm medo dele, claro, ele é medonho, será que foi ele quem fez todo o trajeto de tudo que narrei acima?
Ninguém é obrigado a retribuir o sentimento de afeto, carinho, amor que seja, mas preservá-lo como prioridade em nossa vida nos tornaria mais humanos, mais dignos, com egos menos inflados.
Este texto é verdadeiro ou então sou uma lenda, porque amo sem me importar com o preço a pagar (e paguei muito caro), mas não abro mão de ser o mito, de sofrer por amar, de não ser prioridade nem em amizade pela excelência do meu sentimento.
Não tenho em meu sangue descendência nenhuma com a crueldade da história e nem de nossa realidade.
Tudo seria tão mais simples se ao invés de arrogância, ignorância aceitássemos que alguém olhasse em nossos olhos e revelasse seu amor, tão mais simples!
E. Menezes
