Nascemos e peregrinamos por extensos e extremos caminhos.
Aprendemos a falar, pensar, visualizar e atuar.
Coordenamos movimentos diversos. Conquistamos, mas também
perdemos.
Na batalha conduzida que somos, deixamos de entender à
ação.
Somos sem dúvida a flecha atirada ao universo, procurando
um alvo.
Autômatos, atuantes em uma máquina giratória composta de
artérias e veias.
Os hábitos assemelham-se a máquina, conectar e desconectar.
Somos viajantes perdidos em um espaço de órgãos,
metafísica, ciência e lei.
Não somos nós mesmos dentro do que deveríamos habitar.
Somos condutores de energia que impulsiona essa máquina
vida a manter-se ativa, não importando seu estado absoluto, sua necessidade,
temos que movê-la.
Perdemo-nos entre nós mesmos, aprisionados no plasma da
evolução.
Por vezes agimos involuntários as nossas vontades e podemos
desencadear lágrimas e decepções.
Assim avançamos no tempo, famintos de nós mesmos,
conspirando contra nossos próprios desejos.
A memória adquire conhecimentos intelectuais, ampliando seu
espaço matéria, para encontrar seu lugar no tempo.
O vínculo verdade se rompe com a realidade. Será a
celebração da desigualdade, porque o elo é à ambição.
Mas o céu se rebelará, irá chorar sobre as sucatas humanas,
devoradoras de nós mesmos.
Irá a ferrugem ceder lugar a carne vermelha, que em algum
tempo no universo foi chamado de feto.
O mesmo que um dia reinou no paraíso com a forma humana e
foi chamado de homem.
E. Menezes