Sou a face explícita

16 janeiro 2011

Cúmplice do Silêncio


Momentos em nos ausentamos do cansaço do corpo e  permitimos levitar nossa alma, silenciosamente, como uma prece.
Palavras podem ser implacáveis em sensível ser. Não podermos expressar nossos sentimentos nem nossas verdades nos faz silenciar, porque ao contrário seríamos hipócritas de darmos respostas evasivas ou contrárias ao nosso real sentimento.
Compreensão, distanciando da capacidade humana, porque voltar para si mesmo somente o que é de conveniência é muito fácil, mas fazer-se ser compreendido pelo outro é como começar uma guerra, onde o outro ser torna-se inconveniente e por vezes intolerante.
 Sou a mulher destemida da palavra, sem medo de sofrer por acreditar no que sinto e em minha capacidade de sempre me doar e não calar minha franqueza.
Tenho trazido comigo muitas vezes o peso da existência, porque não vivo em torno de mim mesma, compartilho a dor do próximo tentando amenizar que seja apenas em presença física, é de minha natureza e me permite sentir nobreza em meus gestos.
Mas agora chegou o dia de desejar colo, de afago, da ternura de um olhar, de um abraço amigo. Por duas vezes em  minha vida, uma abraço me foi negado e uma face desviou-se de um beijo. Nasci para o abraços ternos, beijar faces mesmo que duras. Nunca me renderei por ter sido negado a mim o carinho, persistirei, mesmo agora em cumplicidade com o silêncio.
E. Menezes

Nenhum comentário:

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Translate